“A proposta é: cada povo com sua língua e o esperanto como uma ponte neutra entre elas”
Por Paulo Nascentes –
Interligado pela tecnologia da informação, pela acessibilidade das redes sociais, pela difusa sensação de que tudo o que estava escondido vem à luz, não estaria o cidadão planetário assistindo ao fim da ilusão, da mentira, da manipulação? Pergunta-se também: é satisfatória e eficaz a comunicação do cidadão que interage com gente do mundo todo, com falantes de línguas tão diferentes entre si quanto o húngaro e o português? Que sentido faz um turco, para falar com um francês, ter que recorrer à língua de um terceiro povo? Pode-se dizer, assim, que a ordem linguística mundial seja ética, democrática, igualitária? Onde entra o esperanto nesse contexto? Sistemas de ensino de vários países – assim como o brasileiro – costumam impor qual língua estrangeira será ensinada em seus territórios. No entanto, por sua definição e pelo conjunto de seus objetivos, o esperanto é a melhor proposta de língua internacional, por ser a única língua com as qualidades científicas para cumprir esse papel social de alto valor: neutralidade, ampla aceitação, garantia de longa duração, logicidade, regularidade, clareza, facilidade, eficácia comprovada na prática e a ideia interna de fraternidade mundial. Esse conjunto de objetivos do esperanto pode ser assim sintetizado: servir como língua-ponte na comunicação entre falantes de línguas diferentes, contribuindo, assim, por seu ideário de alto valor, para a união, a solidariedade, a harmonia e a paz entre os membros da humanidade. Falar esperanto é, pois, ser ético e respeitoso com quem não fala a nossa língua e com nós mesmos, ao evitar a subserviência cultural. A coluna “Comunicação e Cidadania Planetária” do Jornal SUPREN é seu espaço democrático para fazer circularem ideias sobre esta fundamental temática da atualidade. Envie suas dúvidas, seus comentários e suas propostas para esta coluna (e-mail: ascom@ uniaoplanetaria.org.br). Vamos conversar?
CURIOSIDADES DO ESPERANTO (PRIMEIRA AULA PARA INICIANTES)
Conheça um pouco sobre a logicidade e a regularidade do esperanto.
- • De acordo com a gramática do esperanto, sintetizada em 16 regras, todas as palavras com mais de duas sílabas são paroxítonas, seguindo o modelo de bela (ê), bona (ô), ideo (ê), kulturo (u), proponi (ô), konsideri (ê). Pela terminação de cada palavra (vorto), falantes no mundo todo logo sabem quando se trata de substantivo (o-vorto), adjetivo (a-vorto) e verbo (i-vorto).
- • Sabendo disso, com a simples troca da desinência ou da terminação, forme os substantivos “bom”, “belo”, “proposta”, “consideração”. Forme também os adjetivos “ideal”, “cultural”, “propositivo”. Conseguiu?
- • As terminações verbais ocorrem da seguinte forma: no presente do indicativo (-as), pretérito (-is), futuro (-os), imperativo (-u).
- • Quanto aos pronomes, são eles: mi (eu), vi (tu, você), li (ele), ŝi (ela), ĝi (ele e ela, mas para animais e coisas), ni (nós), vi (vós), ili (eles, elas). • Com base nas dicas dadas, conjugue nesses tempos e modos os verbos cantar (kanti), trabalhar (labori), aprender (lerni). Como ficou? E se lhe dissermos que a terminação dos advérbios derivados é esta: (-e)? Como você diria, em esperanto, os advérbios “culturalmente” e “belamente”? E os substantivos “aprendizagem”, “canto”, “trabalho”? Achou divertida a brincadeira? No próximo artigo, apresentamos mais dicas.
Zamenhof: Uma centena inteira de grandes invenções não fará na vida da humanidade uma revolução tão grande e tão benéfica quanto a adoção de uma língua internacional.
Dankon!