Ecologia Espiritual: Genealogia da Alma

Por Beatriz Riedel

O livro que está sendo lançado pela Editora União Planetária, com o título de “Ecologia Espiritual: Genealogia da Alma”, de Ulisses Riedel, avança audaciosamente sobre temas obscuros e impenetráveis, mas vale o esforço de tentar desvendar o mistério da vida e da existência humana. A obra trata de reflexões sobre as bases e os marcos fundamentais, teóricos e práticos para o entendimento das causas da crise espiritual e moral da humanidade e a formulação de um planejamento estratégico, ancorado na espiritualidade, que permita a sua superação. Ressalta a obra a importância de um salto quântico da razão para a intuição, com a razão e a sensibilidade. Busca a percepção da ecologia espiritual e revela que o invisível governa o visível, além de destacar a unidade da vida, a Anima Mundi. Investiga a solução dos problemas humanos materiais mediante a análise de temas transcendentais, buscando mostrar que a solução está nos valores “imateriais”. Sustenta que a mentalidade vigente, os costumes, aquilo que é aceito pela coletividade como normal, define a sociedade humana. Afirma que o mundo é o que é a sua cultura, os seus paradigmas, os seus valores e que os ideais governam o mundo, que mais fortes do que a espada são as ideias, os valores adotados. Aponta que a sociedade evolui na medida em que evoluem os seus valores éticos. Sustenta que quando a sociedade aceita como normal uma situação indigna, indecente, por mais extravagante que seja, essa situação prevalece e chega até a ser regulada pelas leis, legitimando o comportamento desumano, por mais insano que seja. Diante dessas ponderações, sinaliza que a evolução da humanidade depende muito menos da evolução material do que da evolução ética, espiritual, de valores positivos. Ressalta o livro que é preciso construir uma União Planetária com a sábia e poderosa energia do amor, afirmando: o amor é a energia cósmica, o amálgama, o liame, que harmoniosamente mantém a vida unida, cooperativa, ordenada, integrada, é a Presença. Sustenta que a sábia e poderosa energia do amor é o único alicerce seguro, essencial, para o estabelecimento da paz mundial. Enfatiza ser imprescindível construir uma União Planetária, com a constituição de uma organização social mundial baseada nas virtudes, na ética, no humanismo, na solidariedade, no respeito à natureza, alicerçada no apoio mútuo, no respeito a todas as culturas, línguas e religiões. Destaca ser necessário edificar uma organização social em que reinem a justiça social e a democracia da ética, da partilha, da cooperação, do amor, da compaixão, da espiritualidade, para que todos os povos, todos os seres humanos possam, em comunhão, celebrar e vivenciar, de mãos dadas, a fraternidade universal, reconhecendo a sacralidade da vida. Ousadamente, fazendo um exame das teorias das diversas religiões existentes no mundo, ressalta que o ser humano tem uma consciência, o Ser Espiritual, eterno, que se manifesta por intermédio de uma personalidade, o ego, uma roupagem transitória, para se manifestar na matéria. Afirma que o ser humano é uma microconsciência divina e que a sua saga corresponde ao desenvolvimento das virtudes divinas que possui em semente, em potencial, latentes, de onipotência, onisciência e onipresença, que correspondem à vontade, à sabedoria e ao amor, expresso no serviço ao próximo, cabendo trazer a vida divina para a matéria, o eterno para o transitório, a expressão das virtudes divinas em sua plenitude, existentes em potencial na alma humana. Em síntese, sinaliza que o espírito governa a matéria, que os valores etéreos, imateriais, se sobrepõem aos valores materiais, eis que o invisível governa o visível. Ou seja: o livro nos indica que a solução dos problemas humanos depende de valores imateriais, da ética, da cooperação, da solidariedade, do humanismo, porque estamos todos interligados, sendo essencial o reconhecimento de que a nossa família é a humanidade.