Por Maria Baqui

Sob supervisão de Janaína Vieira –

As mulheres podem contar com serviço que engloba desde o diagnóstico até a cirurgia de reconstrução mamária

Diante da necessidade de desmistificar o câncer, nasce, em 1990, o movimento Outubro Rosa. A iniciativa, que cresce mais a cada ano, visa informar a população acerca de temas relacionados ao câncer de mama, como prevenção, diagnóstico, tratamento e recuperação. Além disso, é um eficiente meio de conscientização para o público.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), nos anos de 2018 e 2019, o Brasil deve registrar cerca de 59,7 mil novos casos de câncer de mama em mulheres. Já no Distrito Federal, estimam-se, no período, 1.020 novas ocorrências.

De acordo com o mastologista Farid Buitrango, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o mais importante é informar a população sobre a existência da doença e de exames preventivos. “O diagnóstico precoce é feito por meio de consulta clínica e exame de mamografia. Além disso, para toda mulher com suspeita de câncer de mama, há atendimento prioritário em qualquer Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal”, acrescenta o especialista. Buitrango destaca ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento completo: mamografia, diagnóstico, biópsia, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e reconstrução de mama, se for o caso.

No DF, são ofertados serviços públicos de qualidade para os pacientes com a doença. O Hospital Universitário de Brasília (HUB), por exemplo, promove atendimento exclusivo para mulheres com o diagnóstico. Porém, para ter direito ao auxílio, é necessário seguir o regulamento definido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Para ser atendido no serviço de oncologia do HUB, é preciso que a paciente tenha sido encaminhada por alguma referência ou por outra unidade de saúde, com diagnóstico prévio. Normalmente, o setor responsável por esse encaminhamento é a Mastologia. Há uma regulamentação única no Distrito Federal, ou seja, é preciso acompanhar uma fila para que assim sejam permitidos a consulta e todo o tratamento. Posso afirmar que o atendimento é muito eficiente e consideravelmente rápido. Às vezes, é possível começar a quimioterapia em menos de uma semana”, afirma a médica Ludmilla Thommen, responsável pelo setor de oncologia do HUB.

Além do atendimento médico, Thommen realiza um projeto solidário voltado às pacientes. O chamado Movimento Vida consiste em encontros mensais e presenciais com o intuito de compartilhar informações de qualidade e aprofundar o combate às fake news (notícias falsas). Além disso, é enfatizada a necessidade da preservação da qualidade de vida, mesmo em meio ao cenário do câncer. A prática diária de exercícios físicos e uma alimentação balanceada também são discutidos nas reuniões.

“O Movimento Vida veio como uma salvação, pois eu estava muito mal com a descoberta do câncer de mama e achei que não seria feliz até me curar. As reuniões sempre são um aprendizado para mim. Vi que o câncer não é nenhum bicho de sete cabeças e que posso ser feliz durante o tratamento. Agora me sinto bonita e minha autoestima está lá em cima, ainda que com a queda de cabelos. Esse sentimento é motivado pelo projeto e pela doutora Ludmilla”, conta Izabel Maria, paciente do hospital.


Reprodução/ Blog Câncer sem Tabu

 

Reprodução/ Blog Movimento Vida

Ainda como forma de levar informação às pessoas com câncer de mama, o blog Câncer sem Tabu reúne cerca de 200 mulheres em um grupo do WhatsApp, além de ter um perfil na rede social Instagram. O intuito da iniciativa é aproximar as pacientes, para que haja maior interação e compartilhamento de informações relevantes. Idealizadora do projeto, a estudante de Direito Isabel Costa também recolhe doações para o Banco de Lenços da Bel. Depois de uma triagem, a estudante distribui os acessórios para pacientes de baixa renda.

“Nós buscamos desmistificar o câncer e ressignificar a doença. Visto que, hoje em dia, as pessoas ainda têm o estigma de achar que ter câncer é uma sentença de morte. Na verdade, tem tratamento, embora seja complicado… Você ainda tem muita chance de se curar, de ter uma ótima qualidade de vida e ser muito feliz”, completa Isabel.