Por Luís Felgueira –

Com cerca de 10 mil exemplares mensais, a revista Traços não é apenas um periódico, que relata a historia de superação, sua missão vai muito além disso. Ela é inspirada em projetos existentes em 120 países. Em Brasília, ela contribui na geração de renda para pessoas, que estão ou estiveram em situação de rua. “Tem muitas pessoas em situação de rua aqui e o que a gente faz é oferecer oportunidade para essas pessoas. Ao gerar renda para elas, nós estamos gerando auto-estima, porque eram pessoas expulsas dos bares e restaurantes, onde pediam comida e hoje elas chegam vendendo a revista e são bem recebidas e tratadas com dignidade”, conta o chefe de redação, José Resende Junior.

Desde a sua criação, há pouco mais de dois anos , a revista Traços já melhorou a vida de 130 pessoas. Depois de confeccionada, a revista é apresentada há mais de 35 pessoas,  que são especies de porta vozes da cultura. A apresentação é feita num formato de palestra antes de sua distribuição para os vendedores e logo se inicia o processo de vendas. Com preço de 10 reais por unidade “hoje, eu encontrei uma ferramenta, que eu posso praticar o bem. Estou levando cultura para as pessoas e isso é a coisa mais importante pra mim”, afirma o vendedor, André Luiz Lima.

Quem também se mostrou satisfeita com o projeto é a porta voz cultural, Leandra Vieva. “Um fortalecimento de vínculos nesta área cultural, que eu desconhecia e que tem sido muito gratificante. Tenho conhecido pessoas e lugares em Brasília muito interessantes”, diz a vendedora. Já Danilo Oliveira ressaltou que já buscava uma mudança pessoal antes. “A Traços não deixou, que eu ficasse muito tempo na rua, que não é uma situação nada agradável é complicado. Com sensações de medo às vezes, e aí, ela evitou essa situação de novo e graças a ela eu trabalho me alimento e durmo tranqüilo”.

Um trabalho reconhecido não só por aqueles que buscam uma fonte de renda no projeto, mas também pela sociedade. “Quando chega um porta voz da cultura com a revista tão bem feita e tão bem projetada. E eles são treinados. Estão sempre felizes e alegres, então, a gente tem muito prazer em comprar a revista, poder ajudar e saber, que esse projeto está mudando a vida dessas pessoas”, diz a professora universitária, Geise Bernadelli, que apoia o projeto.