Em atividade desde 19 de abril, data em que as
oficinas do “Projeto Ecoar:
Protagonismo em Rede” começaram a ser ministradas, a iniciativa comemora
um mês de atuação com um saldo positivo. Durante esse tempo, estudantes da rede
pública de ensino do DF e adolescentes privados de liberdade em uma unidade
socioeducativa de internação se inscreveram para participar de oficinas de
produção de texto, rádio, fotografia, roteiro, montagem de vídeo, produção de
eventos, assessoria de imprensa, redes sociais e direitos humanos.

No decorrer de um mês, as oficinas proporcionaram
muitos debates sobre protagonismo jovem e empoderamento juvenil, proteção,
violações e lutas por direitos, participação cidadã, entre outros temas
igualmente relevantes. Apesar de recém-iniciadas, as primeiras oficinas já
revelam talentos jovens na educomunicação e na militância em direitos humanos e
mostram como as temáticas relacionadas à garantia de direitos têm sido apropriadas
de forma protagonista pelos jovens participantes das oficinas.

Tendo em vista que a temática de direitos humanos
não está inserida na grade curricular de ensino público, as oficinas do Projeto
Ecoar vêm para ser somadas às iniciativas estabelecidas que já ocorrem em algumas
unidades escolares e a outras atividades de promoção da cidadania que ainda são
incipientes em outros colégios do DF.
Como
colaborar com adolescentes de comunidades em situação de vulnerabilidade social
para a construção de uma cultura de direitos humanos, se eles mesmos têm seus
direitos básicos (como direito à moradia, à saúde, à igualdade de gênero, etc.)
desrespeitados cotidianamente? Neste primeiro mês de oficinas, violências de
diversos tipos têm sido relatadas pelos jovens: das agressões de gênero aos
maus-tratos e crimes raciais, passando por violência policial e preconceito
sofrido em virtude do território onde moram, os adolescentes sentem na pele a
desigualdade social e de oportunidades.

Mayane Burti, Diretora Executiva da União Planetária,
salienta que o Projeto Ecoar surgiu mesmo para auxiliar a preencher essa lacuna
na rede pública de ensino em algumas comunidades do DF, facilitando
o diálogo sobre cidadania e educomunicação em áreas
carentes: “
Neste primeiro mês de execução, o
projeto alcançou quase duas centenas de jovens. As oficinas estão gerando
discussões profundas sobre cidadania e sobre o papel da juventude na
transformação, na promoção e na defesa dos direitos humanos, bem como na
construção do próprio jovem enquanto sujeito de direitos”, ressaltou ela.