Em um ambiente descontraído, dezenas de profissionais com deficiências variadas trabalham para digitalizar os documentos da construção e da história de Brasília. Além de receberem qualificação, eles têm seus direitos trabalhistas garantidos.

Documentos especiais nas mãos de pessoas especiais. Este é o novo cenário do Arquivo Público do GDF, que está em pleno processo de democratização de documentos tombados como patrimônio histórico e cultural da humanidade. Os funcionários recém-contratados vão ajudar no processo de digitalização dos arquivos que a história de Brasília registrou até hoje, antes e depois da inauguração da capital. O trabalho que poderia levar até dez anos, será feito em doze meses.

O superintendente do arquivo público, Gustavo Chauvet, explica como o processo está sendo feito. Primeiro, os arquivos são higienizados. Depois, os documentos são organizados, identificados e recebem uma ficha para indexação. Em seguida, vão para a digitalização, e após serem conferidos voltam para o Arquivo.

São deficiências visual, física e auditiva. Jéssica Gomes, funcionária CETEFE, nasceu com uma doença crônica nos olhos. Tem apenas 20% de visão, mas tudo que faz, sai perfeito e ela se sente muito feliz por isso. Douglas Bemfica Alves, também funcionário CETTEFE, usa prótese na perna, mas superado o trauma e renovou os conceitos e a cada dia no arquivo público é um aprendizado a mais.

O serviço começou em novembro do ano passado e já digitalizou mais de 48 mil documentos, incluindo registros, fotos e reportagens da época da construção de Brasília. A previsão é que até o fim deste ano todos os 6 milhões de documentos do Arquivo Público sejam digitalizados, o que marcará a primeira etapa para a consolidação da Biblioteca Digital do DF.