A Comissão Pastoral da Terra
lançou nesta segunda-feira (17/04) o relatório Conflitos no Campo Brasil 2016,
durante encontro na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Essa é a
32ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências
sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, neles
inclusos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais. O Centro de
Referência em Direitos Humanos do Distrito Federal (CRDH/DF) estava entre as
instituições presentes no evento.

Segundo levantamento apresentado
hoje, 2016 foi um ano especialmente violento em relação aos conflitos no
campo, um dos mais violentos nesses 32 anos de monitoramento.

Na abertura do encontro, Leonardo
Boff, escritor e professor universitário brasileiro, conhecido
internacionalmente por defender os direitos dos pobres e excluídos, levantou as
4 sombras históricas para contextualizar o cenário dos conflitos no Brasil: passado
colonial, o genocídio indígena, a escravidão das populações trazidas da África
e a Lei de terras de 1850 que explicam a estrutura latifundiária do país.

Já Antônio Canuto,
membro-fundador da CPT, alertou para o aumento de ocorrências em zonas rurais
que foi recorde no ano passado, com aumento de 26% em relação a 2005. No total,
foram registradas 1.536 ocorrências e cerca de 1 milhão de pessoas foram
afetadas. Para Canuto, o golpe contra a democracia se produz contra as
comunidades no campo.