A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) acabou de divulgar que 20% a 30% dos homens com mais de 40 anos de idade sofrem de deficiência hormonal masculina, caracterizada pela queda gradual da testosterona, o hormônio sexual masculino.

Semelhante à menopausa feminina, o motivo para essa redução é que os níveis de testosterona começam a cair até 1% a cada ano a partir dos 30 anos de idade. “A redução é gradual, mas permanente. Então, por volta dos 50 anos, cerca de 10% dos homens apresentam níveis baixos de testosterona. Aos 70 anos, mais da metade sofre com deficiência do hormônio. Aos 80 anos, a maioria dos homens tem níveis de testosterona e comportamentos semelhantes ao de meninos antes da puberdade”, explica o ginecologista Joji Ueno, doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês.

Diagnóstico

O diagnóstico e o tratamento corretos podem trazer melhorias para a qualidade de vida do homem e de sua família. No entanto, a detecção do problema muitas vezes é difícil porque os sintomas da deficiência androgênica são semelhantes às manifestações da menopausa em mulheres, e podem ser confundidos com sinais de outras doenças, como hipotireoidismo e depressão.

Alguns exemplos de sintomas são fadiga intensa, depressão, irritabilidade e distúrbios da ansiedade. Outras manifestações são alterações inexplicáveis de humor, sensibilidade, insônia, diminuição da libido, perda de massa muscular e dificuldade para obter ereções.

Quando os sintomas são reconhecidos, deve-se realizar exames para eliminar a possibilidade de doenças com manifestações semelhantes, como anemia, alcoolismo, diabetes e depressão. Para isso, a dosagem de testosterona livre no plasma é o principal teste, devendo ser feita em uma amostra de sangue colhida pela manhã, em jejum. “Se os níveis estiverem abaixo de 200 nanogramas/dl e a pessoa não possuir fatores de risco significativos, a terapia de reposição de testosterona (ou TRT) pode ser iniciada”, esclarece o especialista.

Tratamento

O tratamento do DAEM é importante para a manutenção da saúde do homem na maturidade. Isso porque diversos estudos têm demonstrado que a queda das taxas de testosterona no organismo masculino associada ao avanço da idade está ligada também a males crônicos, como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão e dislipidemia (colesterol alto).

A terapia de reposição de testosterona só deve ser realizada sob supervisão médica, sendo contraindicada em homens com o risco de já terem câncer de próstata, PSA elevado, doenças no fígado e altos níveis de gordura no sangue. Para utilizá-la, é necessário realizar exames de acompanhamento a cada 3 a 6 meses.

A testosterona pode ser administrada de várias formas: oral, injetável, transdérmica (adesivos) ou por implantes. As formas orais não são mais recomendadas devido ao risco de efeitos tóxicos sobre o fígado e as formas injetáveis não oferecem níveis estáveis, podendo piorar os sintomas da andropausa. As mais utilizadas nos últimos tempos têm sido as apresentações transdérmicas.