Centenas de pessoas participaram ontem (18) da Marcha da Integridade dos Terreiros, em Brasília. O grupo se deslocou pelo Eixo Monumental até o Congresso Nacional, com o objetivo de sensibilizar parlamentares sobre a questão da intolerância religiosa no país. O presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Paulão (PT), recebeu uma carta com reivindicações. O documento também foi entregue ao deputado Ricardo Vale (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa.

O ato teve início por volta das 17h30, no Museu da República, e ocorreu em outros estados. Na região do Distrito Federal e entorno, o medo de sofrer represálias ainda é uma realidade para adeptos de religiões de matriz africana. Nos últimos anos, foram vários ataques. Em 2016, um terreiro foi destruído em Valparaíso (GO), quando vândalos derrubaram paredes, quebraram imagens e pisotearam as plantas do local.

Em 2015, também houve casos emblemáticos de intolerância. O material usado nos rituais de candomblé foi danificado no espaço coordenado pelo babalorixá Babazinho de Oxalá, em Santo Antônio do Descoberto (GO). Portas e janelas foram arrombadas e vários objetos, roubados. No mesmo ano, o terreiro foi incendiado, assim como ocorreu em um de Águas Lindas de Goiás (GO).

O número desenfreado de destruição de estátuas de orixás, incêndios e ataques a terreiros de candomblé motivou a criação de uma delegacia de repressão aos crimes por discriminação racial e religiosa, que entrou em funcionamento em janeiro de 2016. A intenção é fazer com que essa população receba um atendimento especializado, que possa levar ao aprofundamento dos casos e à efetiva punição dos responsáveis.

Confira abaixo como foi a Marcha da Integridade dos Terreiros, sob o olhar do fotógrafo Arnaldo Saldanha.