Brasília é a segunda cidade fora da Europa a receber a exposição “Leornardo da Vinci: A natureza da invenção”, que reúne 40 peças construídas a partir de esboços, desenhos, projetos e maquetes criados pelo inventor italiano. A exposição fica em cartaz até 27 de setembro, de quarta a segunda, das 9h às 20h, no edifício-sede do Tribunal de Contas da União. A entrada é franca.

Os objetos fazem parte do acervo do Museo Nazionale dela Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci, em Milão, na Itália. As obras foram construídas por engenheiros e pesquisadores em 1952, em comemoração aos 500 anos de nascimento de Da Vinci.

A exposição conta também com dez instalações interativas, que permitem ao público fazer experiências com conceitos descobertos pelo inventor italiano. A parte “tecnológica” da mostra é uma realização da Universcience, instituição francesa criada a partir da fusão da Cidade da Ciência e da Indústria e do Palácio da Descoberta, de Paris.

Entre as atrações interativas estão telas que mostram textos com informações sobre a vida de Da Vinci, o contexto histórico e político e dados a respeito de personalidades importanes. O público pode acionar o dispositivo usando uma manivela. Segundo Kaddani Bouthaieb, membro da equipe da Universcience, o intuito é fazer com que o visitante possa “experimentar o universo de Da Vinci”.

Uma das instalações recebeu o nome de “Journey into a drawing” (viagem ao interior do desenho, em tradução livre), que projeta a imagem do espectador dentro de desenhos de Leonardo. Segundo o diretor de desenvolvimento do Museo Nazionale, Giovanni Crupi, a proposta é mostrar o quanto o artista e inventor se inspirou na natureza para criar seus trabalhos.

“As obras de Da Vinci são resultado de estudos e da sua interpretação da natureza. Na exposição, o que está em exibição é a interpretação de engenheiros e pesquisadores a partir das anotações de Da Vinci”, diz Crupi.

A mostra traz, por exemplo, “máquinas de voar”, criadas por Leonardo a partir de estudos da anatomia de pássaros. Há também uma roupa que permite respirar debaixo d’água, identificada como “avô” dos trajes de mergulho atuais, veículos usados para a guerra e projetos de cenografia.

Outros objetos que podem ser vistos são máquinas de tear e protótipos de um paraquedas e do helicóptero. O inventor é considerado precursor dos estudos sobre avanços como o automóvel, o avião, o submarino, a bicicleta e o relógio, entre outros.

“As peças trazem informações sobre a etapa da criação, se foi sonho, projeto, invenção de uma pessoa ou se evolução de criações de um grupo”, afirma Crupi. “Leonardo chama a atenção para isso de olhar a natureza, ele estimulou a usar o mesmo método. É uma inspiração para engenheiros e inventores.”

A exposição também traz trabalhos que influenciaram o jovem Da Vinci. Em um dos espaços, é possível observar uma grua de 4,5 metros de altura e 500 kg. Criação de Filippo Brunelleschi, a peça foi usada para construir a cúpula da catedral Santa Maria del Fiore, em Florença, na Itália. O equipamento foi usado para içar as pedras a uma altura de 100 metros.

Algumas peças são expostas acompanhadas por vídeo de animação. A mostra foi dividida em sete módulos. O material está disponível em português, inglês e italiano. Também há inscrições em braile e fones de ouvido com informações sobre as obras.

Como cenário da exposição, estão reproduções de pinturas famosas do artista, como a Mona Lisa e La Belle Ferronnière, esboços, desenhos, projetos de peças e ferramentas. Há ainda jogos interativos mostrando princípios da mecânica e da anatomia e um desafio de observação com o quadro “Virgem das rocas”.

Antes de chegar a Brasília, a exposição passou pela Galeria de Arte do Sesi de São Paulo. Ao longo de seis meses, a mostra recebeu 230 mil visitantes. Depois de passar pela capital, o evento segue para Londres, na Inglaterra.